A colheita da soja em Paraí está se encaminhando para a fase final e, assim como no restante do estado, a produção deste ano está sendo considerada muito boa. Segundo a Emater, cerca de 1.400 hectares de soja são cultivados em Paraí, com uma rentabilidade muito próxima de 4 mil quilos de grão por hectare.
Segundo o extensionista Orivaldo Trevisan, além da tecnologia empregada na lavoura, o clima também colaborou na produção deste ano. “A cultura conseguiu expressar seu potencial produtivo, tivemos variedades que se destacaram, e o clima foi muito favorável. Nosso agricultor utilizou sementes de boa qualidade e procedência. Realizou a semeadura na época adequada, priorizando o plantio direto e realizou os tratamentos fitossanitários conforme a orientação da assistência técnica. O clima também ajudou desta vez, pois não faltaram chuvas” afirma. O grande diferencial na lucratividade das lavouras nesta safra é o preço de comercialização da soja, que tem permanecido acima de R$ 160,00 a saca, praticamente o dobro do preço da safra passada.
Em Paraí, cerca de 65 famílias cultivam a soja. O extensionista da Emater explica que essa cultura tem ganhado espaço ao longo dos últimos anos no município. “Aqui, falamos da nossa realidade: agricultura familiar com tamanho das propriedades limitado; topografia do terreno e área aproveitável, que muitas vezes exige uma sistematização do solo para não dificultar a realização da colheita da soja que hoje é toda mecanizada. A história de Paraí, tem na soja um marco forte no passado, onde chegamos a ter uma fábrica esmagadora na Cooperativa São Mateus, que produzia torta de soja. Nesta época tudo era manual, desde o plantio até a colheita. Com as mudanças e inovações ocorridas no sistema produtivo, a cultura voltou com força e vem de encontro a uma necessidade pois é muito importante que ocorra a rotação de culturas, como forma de prevenir a ocorrência de doenças do sistema radicular pela repetição de sempre semear a mesma cultura. Outro ponto, que faz a soja ganhar espaço é a forte presença do comércio cerealista no município e região, que incentiva o seu cultivo, já que tem liquidez com preços compensadores. ”
Mais de 54% do retorno de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Município é derivado do setor primário. Dentro deste setor, a soja representa 5% e, é o quarto produto que mais gera retorno, atrás apenas dos suínos, aves e leite.