Pesquisa revela dados da saúde do trabalhador rural de Paraí

Pesquisa revela dados da saúde do trabalhador rural de Paraí


Publicado em: 23/03/2018 14:20 | Fonte/Agência: Assessoria de Imprensa

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Na sexta-feira (16), a Secretaria Municipal de Saúde realizou uma palestra destinada para os trabalhadores rurais de Paraí, com a bióloga da CEREST/SERRA, Soeli Dea Matos. A palestrante tratou da saúde do trabalhador rural, principalmente no caso dos que utilizam agrotóxicos e, apresentou dados de uma pesquisa realizada com os trabalhadores rurais do município.

A análise dos dados levantados com os questionários permite dizer que 92,64% dos trabalhadores rurais de Paraí que participaram da pesquisa, são proprietários de suas terras. Dos entrevistados, 99,39% possuem algum tipo de cultivo na propriedade e, 100% criam animais de corte. Os dados levantados também revelam uma baixa escolaridade produtores rurais de Paraí. Dos entrevistados, 66,67% não completaram o Ensino Fundamental, sendo que apenas 19,39% completaram o Ensino Médio.

A pesquisa demonstrou que apenas 4,84% dos trabalhadores rurais entrevistados eram fumantes, mas, que quase metade, 43,63%, consomem bebidas alcóolicas. Os dados também confirmaram a jornada exaustiva de trabalho do produtor rural, sendo que 67% dos entrevistados afirmaram possuir jornada de trabalho superior a 40 horas semanais. Dos entrevistados, 40% revelou ter algum problema de saúde. Destes, 35,75% tomam alguma medicação diariamente e, 52% sentem alguma dor após o trabalho.

Conforme a pesquisa, pelo menos 99% dos trabalhadores fazem uso de algum tipo de agrotóxico em suas lavouras, embora, que 96% dos trabalhadores afirmam utilizar práticas agrícolas para diminuir o uso de produtos químicos. Mais de 60% dos entrevistados admitem ter contato com o agrotóxico através da diluição do produto, da aplicação, no armazenamento ou na limpeza do equipamento e lavagem das roupas utilizadas durante a aplicação. Quando se trata de proteção, 83,63% dos trabalhadores dizem utilizar alguma medida de proteção durante a preparação ou aplicação do produto, tendo em vista os riscos que o agrotóxico pode causar na saúde do indivíduo.

Um percentual de 69,69% dos trabalhadores confirma descartar as embalagens vazias de produtos químicos na coleta exclusiva de embalagens, realizada cerca de duas vezes durante ao ano no município. Ainda, 4,24% entrega as embalagens na coleta de lixo normal, o que não deve ser feito. Pior, são os 2,03% que afirma reutilizar as embalagens, causando um grave risco a própria saúde. As embalagens de agrotóxicos, assim como pilhas e lâmpadas, possuem a política reversa e devem ser devolvidas nos locais de compra, que devem dar o destino correto para esse tipo de material, evitando a contaminação do meio ambiente e riscos à saúde do trabalhador rural.

Mais da metade dos entrevistos de Paraí, 57,57%, relatam terem sentido mais de um dos seguintes sintomas após contato com agrotóxicos: agitação, alergia, chiado, cefaleia, catarro, câimbra, diarreia, dificuldades digestivas, dispneia, dor de barriga, formigamento, irritação nos olhos, lacrimejamento, visão turva, vômitos, tonturas, tosse, tremores, salivação, náuseas, suor excessivo, queimadura, dificuldade de atenção e insônia.

Segundo a bióloga da CEREST/SERRA, Soeli, o problema da exposição ocupacional aos agrotóxicos adquire uma dimensão de forte impacto no que diz respeito à Saúde Pública, uma vez que o Brasil situa-se entre os maiores consumidores mundiais destes produtos, sendo o maior da América Latina. Com um vasto mercado de agrotóxicos, que compreende aproximadamente trezentos princípios ativos aplicados em duas mil fórmulas diferentes, o Brasil tornou-se um importante polo de aplicação da nova dinâmica de produção agrícola, conhecida como Revolução Verde. Do montante dessas substâncias químicas, somente 10% foram efetivamente submetidas a uma avaliação completa de riscos e 38% jamais sofreram qualquer avaliação.

            Estima-se que para cada caso registrado de intoxicação por agrotóxico ocorrem outros 50 sem notificação. A imensa maioria dos entrevistados no município de Paraí (90,90%) acredita que o agrotóxico faz mal à saúde, citando que se trata de veneno.

            Aproximadamente 9,09% dos trabalhadores relatam que já tiveram intoxicação por agrotóxico. Os agrotóxicos mais lembrados na intoxicação foram os inseticidas e herbicidas.

 


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